Lia Sophia e suas irmãs

Foi pensando em mulheres trans, travestis e lésbicas que Lia Sophia produziu, isolada em seu apartamento em São Paulo, uma música em homenagem a quem a cantora chama de irmãs. “Eu pensei nesse feminino dentro da comunidade LGBTQIA+”, diz.

Conhecida pelas canções que sobrevoam ritmos amazônicos, dentre eles o hit “Ai, Menina”, música da novela ‘Amor, Eterno Amor’, da TV Globo, Lia Sophia aterrissou num pop rock em que toca cajón, teclado e violão. A mixagem e a masterização é do DJ Lucio K.

A música, que ganhou clipe nesta segunda-feira, 17, dia internacional contra a homofobia, foi composta para ser um aceno aos LGBTs. “A gente não tá apenas resistindo. A gente quer falar do que a gente quer, do que a gente gosta. Nós estamos em todos os níveis sociais. Recentemente, a Alesp quis barrar LGBTs na publicidade. A gente quer o espaço da música, da televisão, da publicidade. A gente quer tomar esses espaços pra gente”, defende a artista.

A cantora reconhece que seus trabalhos anteriores não eram voltados para a militância, mas o desejo de transpor para a arte sonhos, medos e desejos que sempre teve na vida surgiu nos últimos meses.

Quando posto uma foto [no Instagram] com minha companheira, eu perco seguidores. Qualquer coisa que eu poste sobre diversidade me faz perder seguidores. Esse preconceito tá perto. Mas ao mesmo tempo outras pessoas começam a me seguir por essa foto também, com essa minha contribuição [à militância]”, revela Lia Sophia.

Mirando num público mais diverso, ainda neste ano a artista deve lançar outro single. O som será parte da trilha original de um documentário sobre diversidade.