Você tem uma história sobre a pandemia de HIV/Aids?

Renan Sukevicius

“Quando entrei no quarto, vi um Douglas magérrimo, definhando. Respirei fundo… Ah. E entrei. Conversamos muito, rimos. Só que no fundo eu sabia que nunca mais iria vê-lo”. 

Esse é o relato de uma enfermeira anônima que em 1992 conheceu pacientes vivendo com Aids no hospital do Ipiranga, em São Paulo. A lembrança tem 2 minutos e 37 segundos, e é o primeiro áudio que aparece no feed criado nos tocadores de podcast do Memorial Incompleto da Epidemia de Aids.

Inspirado no Projeto Nomes, surgido nos Estados Unidos em meados dos anos 1980, o projeto terá também uma colcha de retalhos com as lembranças de quem viveu os períodos mais agudos da pandemia que já dura 40 anos.

“Buscamos com este projeto ilustrar a enormidade da epidemia da Aids, encorajar uma atitude de compaixão para as pessoas vivendo com HIV e gerar uma forma criativa de expressão para aqueles cujas vidas foram de alguma maneira tocadas pela pandemia”, destaca Bruno O., coordenador do centro cultural da casa 1.

Além da casa 1, o Acervo Bajubá, o Museu da Diversidade Sexual, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o Grupo de Incentivo à Vida e o Pela Vida São Paulo respondem pelo projeto.

Um dos retalhos recebidos pelo projeto – Memorial Incompleto da Epidemia de Aids/Divulgação

Qualquer pessoa que tiver uma história pode participar. Os áudios, que serão anônimos, devem conter de 3 a 10 minutos. A ideia é que sejam divulgados sem edição.

Os depoimentos podem ser enviados para o e-mail educativo@casaum.org e WhatsApp (11) 91013-6994.