Mais um texto sobre homofobia

Os dias têm sido cansativos na terra em que os preconceitos saíram da toca vestidos de opinião, sem medo de qualquer predador. 

Há duas semanas, o jogador do Minas Tênis Clube Maurício Souza fez publicações homofóbicas em seus perfis nas redes sociais. Com atraso, e pressionado por patrocinadores, o clube se mexeu.

Segundo o blog Olhar Olímpico, o clube afastou Maurício Souza, impôs multa e exigiu uma retratação por parte do atleta.

Essa é a realidade: dura, baseada em negociações financeiras. As falas preconceituosas do jogador de vôlei que na rua viram crime de ódio (em 2019, foram 32 mortes violentas de LGBTs, segundo o Grupo Gay da Bahia) não passam de risco financeiro no mundo heteronormativo. 

A diversidade está na crista da onda (e dá bom lucro), CNPJs têm surfado. Mas, menos mal, poderia ser o contrário. E é isso o que parece irritar o jogador de vôlei Maurício Souza. Não é mais legal fazer piada com gay, dá prejuízo financeiro rir de pessoas bissexuais. É perigoso apontar pessoas trans.

No dia das crianças, o atleta fez um post no Instagram sobre o personagem Superman ter se assumido bissexual. “É só um desenho, nada demais. Vai nessa e vamos ver onde vamos parar”, escreveu.

Difícil saber aonde vamos parar. Para trás é que não deve ser.